Nossa felicidade não pode e não deve servir de parâmetro para a felicidade alheia …

Nossa felicidade não pode e não deve servir de parâmetro para a felicidade alheia, assim como a felicidade dos outros não deve servir de modelo para a nossa. Aquilo que nos faz feliz, apenas nos faz feliz e isso acontece por processos diversos: seja por nossa história pessoal, seja pela cultural, por nossas relações interpessoais (com outras pessoas) ou intrapessoais (com a gente mesmo). Nossa felicidade serve, em princípio, para nós mesmos e quem sabe para outras pessoas em situações parecidas, sem nenhuma garantia. A explicação pode ser mais simples: o fato de gostar de sorvete de cajá e achar um dos melhores do mundo, não garante que seja um dos melhores para outras pessoas. Acreditar que a felicidade que tenho ao chupar tal picolé vai causar o mesmo prazer em outra pessoa é algo, que posso chamar de ingênuo. Se eu mudar de exemplo para outros mais complexos, a explicação será a mesma. Se o “deus” que eu acredito me faz bem, não tenho garantia que faça o mesmo para o outro. Basta observar o número de religiões que existem no mundo e todas elas atendem às expectativas e significados de todos os seus “fiéis”, “crentes” ou seja lá o nome que tiver. E para não causar desconforto em algumas pessoas, utilizarei outros argumentos. Aquela forma de ver o mundo, que me traz sentido, significado, prazer, felicidade… só causa isso porque é comigo, não causaria isso nos outros. Simples, os outros são os outros e só. Aí podemos pensar naquelas frases ditas por pais e mães: “eu sei o que é melhor para você”… Como assim? Quem te disse?… essas pessoas têm a impressão de que sabem com base em suas próprias histórias, novamente a explicação: suas histórias são suas histórias, o momento e o local também foram diferentes, logo não tem como saber o que é melhor para os filhos e filhas. Talvez a forma, menos arrogante ou mais adequada seria: “eu vivi algo parecido e comigo não deu certo em alguns aspectos, preste mais atenção nas diversas possibilidades a fim de evitar que cometas o que eu cometi por não ter pensado nisso”. E ainda alertar que, mesmo tomando mais cuidado, não é garantir de 100% de êxito, mas a tentativa de diminuir “prejuízos”. A felicidade do outro, também não precisa servir de padrão em todos os aspectos. Aquilo que deixa uma pessoa feliz, pode não me deixar feliz. E está tudo certo. Sem esquecer também que, ao vermos as pessoas felizes, só vemos a parte que ela exibe ou a parte que desejamos ver. Quantas pessoas que vivem da arte, atriz, ator, cantor, cantoras… buscam, em algum momento, um repouso, um isolamento ou até o famoso período sabático, quando elas podem ser quem talvez sejam ou acreditem que sejam fora dos meios de divulgação. Não estou dizendo com isso que não sejam verdadeiras, mas que são partes de suas vidas. E por fim, não menos importante, aquilo que eu digo que me causa felicidade, pode não causar e ser mais uma forma de fingir felicidade ou a felicidade que eu acredito ter. Felicidade: a que eu tenho, a que gostaria e a que digo que tenho. Com isso, posso pensar que, a minha felicidade não pode ser padrão, decisão e única possibilidade para as pessoas serem felizes e o inverso também. Mário José Santana Vieira Pedagogo – Psicólogo: CRP03/18273 Curso Livre Psicologia Junguiana Escritor do Livro: “Que tal um dedinho de prosa? Reflexões e Vivências em Educação e Psicologia”  

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