Isso mesmo, estamos cansados até de estarmos cansados.
Durante um bom tempo, desde o início da pandemia, fomos tomados por diversas emoções que nos deixaram cansados, com dúvidas, com medo em relação ao futuro… ficamos, por alguns momentos, até sem perspectivas de vida. Sabiamente, o próprio organismo tratou de nos colocar de volta aos trilhos. Estamos falando da famosa “resiliência”, que pode ser traduzida como a capacidade de voltarmos ao ponto inicial, a boa e velha recuperação. No entanto, mesmo a capacidade de voltarmos ao ponto de partida pode ser dificultada quando demoramos muito tempo fora do trilho inicial. A pandemia está demorando muito, com isso, a capacidade de readaptação pode ficar comprometida. Ora, se por um lado, temos a capacidade de acionarmos nosso Curador Interno, por outro, estamos exigindo uma capacidade maior do que o esperado para ele. Estaria ele também cansado?
A sensação de “não dar conta”, “de ser incapaz”, “de não ter feito nada”… pode nos sinalizar para um estado que merece uma atenção especial. Entender que não daremos conta de tudo, porque existem coisas que não são de nossa conta é um bom começo para aliviar as tenções. Refletir sobre o que “somos capaz” e o “que já fazemos” pode contribuir para amenizar a percepção de nossa “incapacidade”.
O interessante é entender que “têm dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu”, mas nos outros, podemos sentir que estamos “chegando” ou “vivendo”, o alerta seria a permanência em algum desses lados.
Mário José Santana Vieira
Pedagogo – Psicólogo: CRP03/18273
Curso Livre Psicologia Junguiana